segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

IMPROVISAÇÃO NO ROCK

Saiba como Usar Escalas e Arpejos para Criar Solos Espontâneos e Incendiários
O rock já produziu grandes improvisadores, respeitados e admirados por sua técnica e feeling. A arte da improvisação musical sempre causou um grande impacto no público em geral e encontrou na rebeldia e inconformismo do rock um ambiente propício para se desenvolver. Nomes como Jimi Hendrix, Ritchie Blackmore, Jimmy Page, Jeff Beck, Eric Clapton, David Gilmour, Frank Zappa, Mark Knopfler, Eddie Van Halen, Yngwie Malmsteen e Steve Morse encabeçam uma infindável lista de guitarristas que impressionaram o público com seus improvisos inspirados e complexos.
Se você deseja evoluir em improvisação no rock, deve estudar as mesmas escalas, arpejos, acordes, campos harmônicos, entre outras estruturas, que estudaria para se desenvolver em outro estilo musical. A diferença está na linguagem com a qual essas estruturas são aplicadas, já que o rock é um estilo que exige muita expressividade e interpretação. Por isso, uma grande variedade de técnicas, como bends, slides, ligaduras, alavanca, harmônicos artificiais, tappings, entre outras, são aplicadas para enriquecer os improvisos.
Essa matéria foi dividida em três partes. A primeira é dedicada às escalas pentatônicas, cuja utilização normalmente é atribuída aos guitarristas mais tradicionais, mas são as escalas preferidas de quase todos os músicos de rock. Na segunda parte, abordamos as escalas diatônicas (maior, menor relativa, menor harmônica e menor melódica) – com seus respectivos modos e campos harmônicos –, exploradas por guitarristas mais modernos e sofisticados. A terceira é dedicada aos arpejos de tríades e tétrades, muito importantes no rock neoclássico.
Escalas Pentatônicas
Qualquer seqüência de cinco ou mais sons que completam uma oitava justa é considerada uma escala. As pentatônicas são, como o próprio nome diz, escalas de cinco notas. Existe uma grande quantidade de pentatônicas diferentes utilizadas principalmente em músicas folclóricas orientais. Essas escalas têm uma seqüência de intervalos diferente e são conhecidas por diversos nomes. Porém, no Ocidente, e principalmente no rock, as pentatônicas possuem uma forte conexão com as escalas maiores e menores e, assim, foram adaptadas ao sistema tonal.
Veja no Ex. 1 a escala pentatônica maior de C. Seus intervalos são F, 2M, 3M, 5J, 6M, 8J (C, D, E, G, A, C). Essa pentatônica é chamada de maior porque possui as três notas de um acorde maior (F, 3M, 5J). Pense nela como a escala de C maior sem os semitons.
Ex. 1

 
Ex. 2 mostra como as notas da escala pentatônica maior de C se espalham pelo braço da guitarra (no diagrama, a primeira corda é a linha superior e a sexta corda é a linha inferior). Para que seus improvisos tenham fluência, é fundamental que você aprenda a tocar as escalas em todo o braço da guitarra. Para isso, divida o braço em regiões e decore um padrão de digitação em cada uma delas.
Ex. 2

No Ex. 3, a escala pentatônica maior de C se divide em cinco padrões diferentes, cada um partindo de uma das notas da escala na sexta corda. Esses mesmos padrões se repetem em todas as outras tonalidades – basta deslocá-los para frente ou para trás pelo braço da guitarra (veja o box sobre transposição de escalas na página 71).
Ex. 3

 
Ex. 4 traz um exemplo de como a pentatônica maior soa sobre um acorde maior. O exemplo está em A maior (note a armadura de clave com três sustenidos). Portanto, a pentatônica contém A, B, C#, E e F#. O primeiro compasso explora as notas do arpejo de A maior, usando o quinto padrão de digitação da escala. O arpejo começa com um bend que parte de B e alcança C# (terça do acorde). No segundo compasso, o bend nas três primeiras colcheias forma o acorde de A maior. No lick com ritmo de sextina dos compassos 3 e 4, capriche nas ligaduras entre E e F# para que a frase soe corretamente. Como a pentatônica não tem semitons, os bends entre 3M e 5J e entre 6M e 8J devem ser executados levantando a corda um tom e meio, como no compasso 6. Toque o exemplo e faça uma análise de como a pentatônica soa sobre acordes maiores. Em seguida, crie suas próprias frases e, aos poucos, comece a improvisar usando a escala em diversas tonalidades.
Ex. 4 

Blue Note
A blue note é uma nota adicionada à escala pentatônica, transformando o seu som. Na pentatônica maior, a blue note é a 3m. Aplicada em C, obtemos C, D, Eb, E, G e A (F, 2M, 3m, 3M, 5J, 6M, 8J). O Ex. 5 demonstra como a adição da 3m à escala cria um semitom cromático entre Eb e E e um semitom diatônico entre Eb e D. A blue note costuma ser usada como nota de passagem e raramente utilizada para descanso nos finais de frases. O Ex. 6 apresenta as notas da escala pentatônica maior de C com a adição da blue note. No Ex. 7, a blue note é inserida em cada um dos padrões da pentatônica.
Ex. 8 mostra como essa escala soa sobre um acorde de A maior. Nessa tonalidade, as notas da pentatônica serão A, B, C, C#, E e F#. A blue note, nesse caso, é o C natural, inserida nos compassos 2 e 3, sempre como nota de passagem, ora descendo para a nota B ora fazendo o cromatismo com a nota C#. Experimente improvisar utilizando a blue note e sinta como os semitons produzidos por ela são interessantes e úteis na construção de frases.
Ex. 5 

Ex. 6 

 
Ex. 7

 
Ex. 8

Transposição de Escalas
O sistema tonal é formado por escalas maiores e menores. Quando harmonizadas, elas formam acordes que dão origem aos campos harmônicos e às tonalidades. Escalas podem ser transpostas – qualquer uma das 12 notas da escala cromática pode ser a fundamental de uma escala maior ou menor. Aprender a fazer essa transposição de modo rápido e eficiente é importante para todos os músicos, especialmente os improvisadores.
Tomemos a escala de C maior como ponto de partida. Ela possui apenas notas naturais (C, D, E, F, G, A, B e C), que se sucedem através da seqüência T, T, ST, T, T, T, ST (T significa um tom inteiro e ST, um semitom). Os intervalos formados são: F, 2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7M, 8J.
Pegue a quinta nota da escala de C maior, G, e monte uma nova escala maior. Para isso, basta elevar seu sétimo som, e assim obtemos: G, A, B, C, D, E, F# e G. Esta é a escala de G maior. Repare que a nota F# (sétimo som da escala) é a única diferença em relação à escala de C maior.
Repita o processo com a quinta nota da escala de G maior (D) para produzir uma nova escala. Mantenha as mesmas notas, com exceção do sétimo som, que deve ser elevado. Assim, obtemos...
Veja a matéria completa na Guitar Player nº142
Matéria completa na Revista Guitar Player 141/Janeiro de 2008.
Para adquirir seu exemplar clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário